“Só assim, com o avanço de contar com liderança inequívoca de mais mulheres nas funções decisivas da entidade, sob o imperativo da transparência e consistência de metas e condutas, dinamização constante das comissões setoriais, vamos atuar dentro de nossas atribuições e demandas coletivas de infraestrutura, de acatamento ao estatuto legal, assegurando a segurança jurídica e a aplicação local e regional dos ativos consignado por nossos investimentos e colaboradores. De quebra, vamos conduzir com mais fluidez e clareza a comunicação daquilo que fazemos, com a necessária resiliência e insistência, posto que a responsabilidade social da indústria é, definitivamente, a geração de empregos e oportunidades na direção da prosperidade regional.”
Entrevista com Luiz Augusto Barreto Rocha, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM
BrasilAmazoniaAgora – O senhor é um empresário local, que primeiro esteve em conselho Associativo de São Paulo, na Indústria Têxtil, e Conselho de Instituto de Pesquisa no Rio de Janeiro, economia e academia, antes de ser presidente do conselho do CIEAM. Além disso, mesmo sendo fundador de empresa industrial de Manaus, que produz para o Brasil e exterior, estamos diante de um caso onde santo de casa faz milagres? E, na sua experiência no Sudeste, é percebida como natural a indústria de Manaus?
Luiz Augusto Barreto Rocha – Sou empresário do setor “têxtil e confecção”, que tradicionalmente tem legado lideranças associativas empresariais ao país, como neste momento, os presidentes Flávio Roscoe na FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e Josué Silva na FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Ocorre que este segmento é muito competitivo e muito cedo precisamos aprender a cooperar e atuar em cadeias empresariais integradas para podermos sobreviver. Ou seja, inovar e cooperar.
São lições que merecem ser assimiladas e compartilhadas, tanto no Brasil quanto em Manaus, onde temos uma indústria consolidada com práticas corporativas avançadas. Ser empresário no Polo Industrial de Manaus e ao mesmo tempo participar do CIEAM nos oferece o desafio de explicar ao Brasil nossa modelagem de desenvolvimento, que tem realizado seu papel na redução das desigualdades regionais de nosso país.
BAA – Na sua atuação no Cieam há uma busca constante de aproximação entre todos os atores. Onde está a próxima aproximação?
LABR – Temos muito o que fazer em nosso país, basta olhar ao nosso redor, alem de seguir combatendo nossas desigualdades . No CIEAM temos um conselho deliberativo com 46 grandes líderes empresariais, com quem muito aprendemos todos os dias. É um time fortíssimo e essa conquista do trabalho integrado e participativo tem permitido agregar contribuições para uma indústria mais forte, portanto, um país mais forte.
São muitos desafios, entre eles, estreitar nossa interlocução com a Academia, agregando Ciência, Tecnologia e Inovação ao Polo Industrial de Manaus, nos parâmetros que integram produção industrial e proteção da Amazônia. Este é o propósito assumido pelo CIEAM: “Ser protagonista na sustentabilidade da indústria do Amazonas, vetor regional para o desenvolvimento do Brasil.”
BAA Onde estamos nos perdendo na comunicação com os detratores da ZFM? O que eles ainda não entenderam sobre o PIM?
LABR – Precisamos compreender as dimensões regionais do país para seguir comunicando ao contribuinte e investidores nossa importância e valor. Quando nos conhecem, mais do que nos entender, nos admiram. Realizamos nos últimos meses duas PRES TRIP, trazendo a Manaus mais de uma dezena de profissionais da imprensa de grandes veículos da mídia nacional e a opinião positiva de nosso modelo tem sido unânime até aqui.
BAA – Onde está a indústria do futuro na Amazônia? Como fazer a transição?
LABR – A tradição de nossa região se tornou industrial e assim deverá seguir e evoluir, adotando rigorosamente as ferramentas da sustentabilidade e a metodologia ESG. Assim procedendo, a indústria da Amazônia tem conquistado o reconhecimento mundial por saber empreender no coração da maior floresta tropical do planeta. Nosso parâmetro seguirá insistente no atendimento das demandas sociais e reposição dos estoques naturais, como determina a Agenda 21 da ONU.
BAA – Qual é seu maior ganho como Presidente do Conselho do CIEAM? Inclusão feminina? ESG? Comunicação? Formalismo jurídico? Comissões? Integração com a academia? Onde está a maior realização da sua atuação na representação das empresas do Polo Industrial de Manaus?
LABR – Para resumir tudo o que ocorreu numa conclusão, diria que a atuação profissional do Conselho da entidade foi uma grande e coletiva vitória. Você listou alguns dos itens aos quais mais dedicamos atenção e carinho. O que importa, porém, é termos alcançado essa sintonia de objetivos onde não há carismáticos nem tímidos, e sim abundância de interlocução construtiva em que todos são artífices entusiasmados. Temos um Conselho de empresárias e empresários de classe mundial e ao mesmo tempo amazônicos, participando do mundo, mas comprometidos com a realidade local. Assim, trabalhar em equipe, além do dever de servir é um indescritível prazer.
BAA – Qual é o CIEAM de seus sonhos?
LABR – O sonho CIEAM está em processo construtivo. Trata-se de uma entidade em movimento que prioriza, como sua regra de ouro, a conjugação de seus verbos na primeira pessoa, no plural. Isso significa uma entidade entrelaçada com seus pares – efetivamente representativos dos setores produtivos – que falam a mesma linguagem e se alegram com suas conquistas sem personalismo nem fulanização. E agora, com este grande avanço, passamos a contar com mais de uma dezena de grandes líderes empresariais mulheres em nosso Conselho.
Com o imperativo da governança e transparência, consistência de metas e condutas, dinamização constante das comissões, vamos atuar dentro de nossas atribuições e demandas coletivas de infraestrutura, assegurando a segurança jurídica e a aplicação local e regional dos ativos consignados por nossos investimentos. Além disso, vamos conduzir com mais fluidez e clareza a comunicação daquilo que fazemos, com a necessária resiliência e insistência, posto que a responsabilidade social da indústria é, definitivamente, a geração de empregos e oportunidades na direção da prosperidade regional.
Luiz é advogado, CEO das empresas BDS Confecções e Fio de Água, Lavanderias, é presidente do Conselho Superior do CIEAM, conselheiro da Abit e da UEA.